OS OFICIANTES DO CULTO.
Pr. João Ricardo Ferreira de França.
Jacque J. Von Allmen
traz uma abordagem muito interessante sobre este tópico, ele coloca-nos
frente a uma discussão sobre os oficiantes litúrgicos, apresentando 4
personagens desta ação litúrgica: Deus, os fiéis, os anjos e o mundo.[1]
Por questões de brevidade, cumprindo a finalidade deste trabalho, abordaremos
apenas a relação de dois oficiantes litúrgicos.
1 – Deus.
Muitas vezes negligenciamos
o conceito revelacional de que Deus é quem ordena a adoração; isto é
assegurando na Confissão de Fé de Westminster quando declara: “[...]Da parte
dos anjos e dos homens e de qualquer outra criatura lhe são devidos todo o
culto, todo o serviço e obediência, que ele há por bem requerer deles.”(CONFISSÃO
DE FÉ DE WESTMINSTER, CAPÍTULO 2, SEÇÃO 2).
O culto é teocêntrico porque ele centraliza em Deus e é
para Deus. Devemos nos lembrar que é a “ordem de Deus que transforma o ato de
culto em algo mais do que mero desejo ou anseio. É a sua presença que faz dele
algo mais do que simples ilusão. É a sua presença que o redime do perigo da
vaidade.”[2]
O culto é aquilo que Deus requer, que Deus exige em sua
Palavra para que ele nutra os seus filhos no seio da igreja. Então, toda
adoração, todo louvor devem ser teocêntricos voltados para o ser de Deus.
Devemos nos lembrar que o Deus Trino está presente na liturgia da igreja, e é a
ele que estamos adorando sempre. Textos bíblicos 1ª Coríntios 12.4-7
apresenta-nos o Deus trino agindo liturgicamente na igreja concedendo os dons
necessários à igreja para realização de sua vida litúrgica. O culto cristão é o
que é por causa de Deus e não dos homens, é a celebração pactual que Deus
reclama de seu povo.
2 – Os Fiéis.
Para os membros que foram
batizados o culto constitui um privilégio e um dever singular. Isto porque eles
vivem na nova realidade, pois, no
batismo foram declarados ausentes do mundo e dedicados para Deus. Então, todos
aqueles que receberam a insígnia do batismo cristão devem participar do culto.
Devem ser oficiantes da ação litúrgica. A Palavra de Deus é muito clara sobre
isso ao nos ensinar:
“E perseveravam na doutrina
dos apóstolos e na comunhão, no partir do pão e nas orações. Em cada alma havia
temor; e muitos prodígios e sinais eram feitos por intermédio dos apóstolos. Todos
os que creram estavam juntos e tinham tudo em comum.” (Atos 2.42-44 ARA).
Todavia, dentro do principio litúrgico deve-se considerar
que existem representantes pactuais. Aqueles que presidem as liturgias devem
conduzir o povo a louvar a Deus, Paulo mensura no Novo Testamento esta vocação:
“ou o que exorta faça-o com dedicação; o que contribui, com liberalidade; o que
preside, com diligência; quem exerce misericórdia, com alegria.” (Romanos 12.8 ARA).
Em termos de oficiante de culto deve haver o presidente (προϊστάμενος) – proistamenos – que conduz o povo à adoração a Deus.
Os presbíteros [docentes e regentes] são oficiantes
litúrgicos Paulo exorta a igreja de Tessalonicenses a terem e alta conta estes
oficiantes de culto: “Agora, vos rogamos, irmãos, que acateis com apreço os que
trabalham entre vós e os que vos presidem no Senhor e vos admoestam;” (1ª
Tessalonicenses 5.12 ARA).
Os membros da comunidade também participam da liturgia.
O ministério litúrgico dos fiéis compõe-se normalmente
dos seguintes elementos (que podem ser ampliados em maior ou menor grau): o
ouvir respeitoso da Palavra de Deus, a comunhão eucarística, o associar-se às
orações por intermédio do amém, a
recitação da confissão de fé, a apresentação das oferendas, o canto dos hinos e
a participação no que chamamos de manifestações litúrgicas da vida comunitária
(Antífonas, sursum corda, saudação, confiteor (o clero, aliás, participa
também dessa ‘liturgia’ em que o povo de Deus como um todo se manifesta como
povo sacerdotal)[3]
Os
oficiantes litúrgicos se encontram no
dia do Senhor de forma singular. Deus e os fiéis estão presentes no culto; os
últimos vão à ação litúrgica para ouvir, cantar e prestar louvores a Deus; o
senhor nosso Deus se faz presente como galardoador dos que o buscam na adoração.
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