Estudos
na Confissão de Fé de Westminster.
Professor Rev. João
Ricardo Ferreira de França.
DA
JUSTIFICAÇÃO. – CAPÍTULO 11.
Seção II: “A fé, assim recebendo
e assim repousando em Cristo e em
sua justiça, é o único instrumento da justificação; ela, contudo, não está
sozinha na pessoa justificada, mas é sempre acompanhada de todas as demais
graças salvíficas; não é uma fé morta, mas que age através do amor.”
Introdução:
Chegamos
a mais uma exposição da nossa confissão de Fé. O nosso estudo se concentrará na
temática da relação entre a Fé e a Justificação, pois, em nossos dias este
tópico precisa de um esclarecimento mais aguçado.
Em muitas igrejas temos visto a ênfase
na fé como sendo aquilo que salva o homem, ou seja, a base de toda a salvação;
ora, não é isto que ensina a Palavra de Deus. A palavra de Deus nos ensina de
forma clara que a fé não a base para receber a justificação; mas que é apenas
um instrumento para que a justificação seja uma realidade na vida do pecador.
Vejamos o que podemos aprender desta seção da Confissão de Fé de Westminster.
I – A DUPLA AÇÃO DA
FÉ.
Em relação à obra redentiva a fé
possui uma dupla ação conforme vemos na declaração dos teólogos de Westminster
“A fé, assim recebendo e assim repousando em Cristo e em sua justiça”, aqui
temos de forma clara o que é de fato a ação da fé salvadora:
1.1
–
A fé recebe a Cristo e a sua justiça:
o ato de receber a Cristo não significa atividade do homem, mas a passividade
da fé em aceitar gratuitamente o seu redentor. A fé assemelha-se a mão do
pedinte que estende vazia para Deus esperando dele a graça que há em Cristo. O
Apóstolo João vai nos dizer exatamente isso no seu evangelho capítulo 1.12
1.2
– A fé
repousa em Cristo: O segundo aspecto da fé salvadora é que ela
repousa inteiramente em Cristo Jesus. Ou seja, ela não descansa em si mesma –
não é fé na fé, mas em Cristo Jesus. Observamos que a fé não é à base da
justificação, mas é a pessoa de Cristo. Conforme aprendemos em Romanos 3.24-28;
ou seja, não há obras praticadas por nós, existe apenas a obra de Cristo!
II
– A FÉ É O ÚNICO INSTRUMENTO DA JUSTIFICAÇÃO.
Precisamos
saber que a fé é o único instrumento de nossa justificação perante Deus. Este é
ponto que muitos ignoram e acabam tornando a fé como sendo a base da
justificação. Isso é bem ilustrado em Romanos 5.1. Paulo neste texto nos mostra
que somos justificados por meio da fé, e assim, a nossa relação com Deus está
em perfeita harmonia graças ao sacrifício expiatório [ morte substitutiva de Cristo
na Cruz do calvário ].
Os
homens só podem ser declarados justos quando Cristo se torna o objeto da fé
desse homem, em outras palavras, a justiça de Cristo vem a nós por causa da fé
que é um instrumento – é um meio pelo qual nos apropriando da justificação, e
não podemos ignorar o fato de que a fé é um dom de Deus – isso implica que nada
vem de nós tudo vem da graça de Deus.
III
– A FÉ SEMPRE VEM ACOMPANHADA DE OUTRAS GRAÇAS SALVADORAS.
A Confissão de Fé reconhece que fé
nunca está “sozinha na pessoa justificada, mas é sempre acompanhada de outras graças salvíficas”, sendo uma fé
operosa. E como se dá isso?
3.1
– É fé que nos leva a prática de boas obras: Uma
vez que a fé já habita no coração da pessoa justificada – que foi perdoada por
Deus – então, esta pessoa viverá uma vida que pratica a boas obras conforme nos
exige o evangelho de Jesus Cristo conforme lemos em Tiago 2.17,22,26 – se
assim, não se proceder implica dizer que esta fé não existe na vida daquela que
a professa, ou seja, na vida prática tal pessoa está dizendo que não é
genuinamente um cristão.
3.2
– É uma fé que age motivada pelo amor:
uma vez que o eleito é chamado e justificado ele deve de fato agir pelo amor,
evitando tudo aquilo que busca ferir o outro, ou mesmo, que macula o evangelho,
tal com acepção, e descriminação – pois, o amor deve governar a fé da igreja de
forma suprema isso nós aprendemos em Gálatas 5.6.
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