A VINDA NAS
NUVENS
Por: Rev. David Chilton
Tradutor: Rev. João Ricardo Ferreira de França.
Se
não ressuscitou, mas que todavia está morto, como é que põe em fuga, persegue e
derruba aos falsos deuses, que os incrédulos creem que estão vivos, e aos maus
espíritos que eles adoram? Onde Cristo é nomeado, a idolatria é destruída e a
fraude dos maus espíritos está exposta; de fato, nenhum espírito dessa classe
pode suportar o Nome, mas que se ouve o som dele. Esta é a obra do que vive; e
mais que isso, é a obra de Deus.
Atanasio, On
the Incarnation [30]
Temos visto que o discurso de Jesus
no Monte das Oliveiras, registrado em Mateus 24. Marcos 13, e Lucas 21, trata
do “fim” – não do mundo, mas de Jerusalém e o templo; faz referência exclusivamente
aos “últimos dias” da era do antigo pacto. Jesus falou claramente de seus
próprios contemporâneos quando disse que “esta geração” veria “todas as
coisas”. A “grande tribulação” teve lugar durante a terrível época de
sofrimento, guerras, fomes, e assassinatos em massa que conduziu à destruição
do templo no ano 70 d.C. O que parece apresentar um problema para esta
interpretação, contudo, é o que Jesus disse posteriormente:
E,
logo depois da aflição daqueles dias, o sol escurecerá, e a lua não dará a sua
luz, e as estrelas cairão do céu, e as potências dos céus serão abaladas.
Então, aparecerá no céu o sinal do Filho do Homem; e todas as tribos da terra
se lamentarão e verão o Filho do Homem vindo sobre as nuvens do céu, com poder
e grande glória. E ele enviará os seus anjos com rijo clamor de trombeta, os
quais ajuntarão os seus escolhidos desde os quatro ventos, de uma à outra
extremidade dos céus. (Mateus
24:29-31)
Jesus
parece estar dizendo que a segunda vinda ocorrerá imediatamente depois da
tribulação. Ocorreu a segunda vinda no ano 70 d.C? Nós a perdemos? Primeiro, deixemos
claro uma coisa logo de início: não há que ficar em torno dessa palavra, imediatamente. Significa imediatamente. Reconhecendo que a
tribulação teve lugar durante a geração
que desde então vivia, também precisamos encarar o claro ensino da Escritura de
que, qualquer coisa que Jesus esteja falando nestes versículos ocorreu imediatamente depois. Em outras
palavras, estes versículos descrevem o que deve ter lugar no final da grande tribulação – o que forma seu clímax!
Para entender o significado das
expressões de Jesus nesta passagem, devemos entender o Antigo Testamento muito
mais do que muita gente o entende hoje em dia. Jesus estava falando para um
público que estava intimamente familiarizado com os mais obscuros detalhes da
literatura do Antigo Testamento. Haviam ouvido ler e expor o Antigo Testamento
por incontáveis de vezes durante suas vidas, e haviam memorizado longas
passagens. As imagens e as formas de expressão bíblicas haviam formado sua
cultura, seu ambiente, e seu vocabulário desde a mais tenra infância, e isto
havia ocorrido por gerações. A diferença entre sua perspectiva e a nossa se
pode ilustrar pelo fato de que, ainda que grande parte da discussão deste livro
acerca do tema do paraíso provavelmente seja muito nova para você, haveria sido
muito familiar para os discípulos.
O fato é que, quando Jesus falou
para os seus discípulos da queda de Jerusalém, usou linguagem profética. Havia uma “linguagem” de profecia
reconhecível instantaneamente pelos que estavam familiarizados com o Antigo
Testamento (algo do qual já temos abrangido em nosso estudo do Éden). Ao
predizer Jesus o completo fim do sistema do antigo pacto – o qual era, em certo
sentido, o fim de todo um mundo – Jesus falava dele como o haveria feito
qualquer dos profetas, na linguagem comovedora do juízo do pacto.
Consideraremos cada um dos elementos da profecia, vendo como o seu uso anterior
pelos profetas do Antigo Testamento determinava seu significado no contexto do
discurso de Jesus sobre a queda de Jerusalém. Lembre-se que nosso padrão final
de verdade é a Bíblia, e a Bíblia somente.
O sol, a lua e
as estrelas.
Jesus disse que, ao fim da
tribulação, o universo de derrubaria: A luz do sol e a lua se extinguiriam, as
estrelas cairiam, as potências dos céus seriam abaladas. A base para este
simbolismo está em Genesis 1.14-16, onde se diz que o sol, a lua e as estrelas
(“as potências dos céus”) são “sinais” que “governam” o mundo. Mais tarde na
Escritura, estas luzes celestiais se usam para falar das autoridades e
governantes terrenos; quando Deus ameaçava em ir contra eles em juízo, usa-se a
mesma terminologia do universo que cai para descrevê-lo. Profetizando a queda
da Babilônia ante os medos no ano de 539 a.C., Isaías escreveu: “Eis que vem o
Dia do SENHOR, dia cruel, com ira e ardente furor, para converter a terra em
assolação e dela destruir os pecadores. Porque as estrelas e constelações dos
céus não darão a sua luz; o sol, logo ao nascer, se escurecerá, e a lua não
fará resplandecer a sua luz.” (Isaías 13.9-10 ARA)
De maneira significativa, Isaías
profetizou mais tarde a queda de Edom em termos de re-criação: “Todo o exército
dos céus se dissolverá, e os céus se enrolarão como um pergaminho; todo o seu
exército cairá, como cai a folha da vide e a folha da figueira.” (Isaías 34.4 ARA).
O contemporâneo de Isaías, o profeta
Amós, predisse a destruição de Samaria (722 a.C) quase da mesma forma: “Sucederá
que, naquele dia, diz o SENHOR Deus, farei que o sol se ponha ao meio-dia e
entenebrecerei a terra em dia claro.” (Amo 8.9 ARA).
Outro exemplo é do profeta Ezequiel,
que predisse a destruição do Egito. Deus disso isto por meio de Ezequiel: “Quando
eu te extinguir, cobrirei os céus e farei enegrecer as suas estrelas; encobrirei
o sol com uma nuvem, e a lua não resplandecerá a sua luz. Por tua causa,
vestirei de preto todos os brilhantes luminares do céu e trarei trevas sobre o
teu país, diz o SENHOR Deus.” (Ezequiel 32.7-8 ARA).
Precisamos enfatizar que nenhum destes eventos ocorreu literalmente.
Deus não tinha por intenção que ninguém colocasse um sentido literal nestas
declarações. Contudo, poeticamente, todas estas coisas ocorreram de fato: pelo
que diz respeito a estas nações ímpias “as luzes se apagaram”. Esta é simplesmente
a linguagem figurada, que não nos surpreenderia se estivéssemos mais
familiarizados com a Bíblia e apreciássemos seu caráter literário.
Por conseguinte, o que Jesus está
dizendo em Mateus 24, em terminologia profética reconhecível imediatamente por
seus discípulos, é que a luz de Israel se apagaria; a nação do pacto deixaria
de existir. Quando a tribulação terminara, o Antigo Israel desapareceria.
O sinal do Filho
do Homem.
A maioria das traduções modernas de
Mateus 24.30 diz algo como isto: “E então o sinal do Filho do Homem aparecerá
no céu [...]” Este é um erro de tradução, baseado, não no texto grego, mas nas
errôneas suposições dos próprios tradutores sobre o tema desta passagem
(acreditam que se está falando da segunda vinda). Uma tradução do texto grego,
de forma intelinear, diz na realidade:
E
então aparecerá o sinal do Filho do Homem
no céu[1]
[...]
Como você pode ver, na tradução
correta aparecem duas diferenças importantes: a primeira, o local de qual fala
é o um céu, não só o firmamento; segunda, não é o sinal o que está no céu, mas que é o Filho do Homem o que está no céu. O que
queremos dizer é simplesmente que este grande juízo sobre Israel, a destruição
de Jerusalém e o templo, seriam o sinal de que Cristo Jesus está em seu trono
no céu, a destra do Pai, governando as nações e trazendo vingança sobre seus
inimigos. O cataclismo do ano 70 d.C., divinamente ordenado, revelou que Cristo
havia tirado o reino a Israel e o havia dado a igreja; a desolação do antigo
templo era o sinal final de que Deus havia abandonado e agora morava em um novo
templo, a igreja. Todos estes são aspectos da primeira vinda de Cristo, partes
cruciais da obra que veio levar a cabo por meio de sua morte, ressurreição e
ascensão ao trono. É por isto pelo que a Bíblia fala do derreamento do Espírito
Santo sobre a igreja e a destruição de Israel como o mesmo evento, porque estavam intimamente conectadas entre se
teologicamente. O profeta Joel predisse tanto o dia de Pentecostes como a
destruição de Jerusalém sem tomar alento:
E
acontecerá, depois, que derramarei o meu Espírito sobre toda a carne; vossos
filhos e vossas filhas profetizarão, vossos velhos sonharão, e vossos jovens
terão visões; até sobre os servos e sobre as servas derramarei o meu Espírito
naqueles dias. Mostrarei prodígios no céu e na terra: sangue, fogo e colunas de
fumaça. O sol se converterá em trevas, e a lua, em sangue, antes que venha o
grande e terrível Dia do SENHOR. E acontecerá que todo aquele que invocar o
nome do SENHOR será salvo; porque, no monte Sião e em Jerusalém, estarão os que
forem salvos, como o SENHOR prometeu; e, entre os sobreviventes, aqueles que o
SENHOR chamar.
(Joel 2.28-32 ARA)
Como veremos no capítulo 13, a
inspirada interpretação de Pedro no texto de Atos 2 estabelece o fato de que
Joel está falando do período desde o derramamento inicial do Espírito até a
destruição de Jerusalém, desde o Pentecostes até o Holocausto. Para nós, é
suficiente observar aqui que nesta passagem se usa a mesma linguagem de juízo.
A interpretação comum e barata de que as
“colunas de fumaça” são nuvens em forma de cogumelo de explosões nucleares é
uma distorção do texto, e uma interpretação completamente errada da linguagem
profética da Bíblia. Igualmente teria sentido dizer que a coluna de fogo e
fumaça durante o Êxodo era o resultado de uma explosão nuclear.
As nuvens do
céu.
De maneira apropriada, isto nos leva
ao seguinte elemento da profecia de Jesus sobre a destruição de Jerusalém:
“E então se lamentarão todas as tribos da
terra, e verão ao Filho do Homem vindo sobre as nuvens do céu, com poder e
grande glória.” Aqui a palavra tribos se
refere primeiro as tribos da terra de
Israel; e o “lamento” provavelmente é nos dois sentidos. Primeiro, se
lamentariam da tristeza pelo sofrimento e a perda de sua terra; segundo, se
lamentariam finalmente arrependidos de seus pecados, quando se convertam de sua
apostasia (ver. Capítulo 14).
Porém, como é que veriam a cristo
vindo sobre as nuvens? Os que já leram os capítulos 7 e 8 deste livro terão
poucas dificuldades para responder a esta pergunta. Em primeiro lugar, durante
todo o Antigo Testamento, Deus esteve vindo “nas nuvens”, para salvar a seu
povo e destruir a seus inimigos: “pões nas águas o vigamento da tua morada,
tomas as nuvens por teu carro e voas nas asas do vento”. (Salmos 104.3 ARA).
Quando Isaías profetizou o juízo de Deus sobre Egito, escreveu: “Sentença contra
o Egito. Eis que o SENHOR, cavalgando uma nuvem ligeira, vem ao Egito; os
ídolos do Egito estremecerão diante dele, e o coração dos egípcios se derreterá
dentro deles.” (Isaías 19.1 ARA). O profeta Naum falou de forma
similar da destruição de Nínive por parte de Deus: “O SENHOR é tardio em
irar-se, mas grande em poder e jamais inocenta o culpado; o SENHOR tem o seu
caminho na tormenta e na tempestade, e as nuvens são o pó dos seus pés.”
(Naum 1.3 ARA). O que Deus
“venha nas nuvens do céu” é um símbolo bíblico quase comum de sua presença, seu
juízo e sua salvação.
Contudo, mais que isto, está o fato
de que Jesus está se referindo a um evento específico relacionado com a
destruição de Jerusalém e o fim do antigo pacto. Falou dele novamente durante
seu juízo, quando o sumo sacerdote lhe perguntou se era o Cristo, e Jesus
contestou: “Eu sou, e vereis o Filho do Homem assentado à direita do
Todo-Poderoso e vindo com as nuvens do céu.” (Marcos 14.62; ver. Mateus
26.64). Obviamente, Jesus não ser referia a um evento milhares de anos no
futuro. Falava de algo que seus contemporâneos – “esta geração” – viria durante
sua vida. A Bíblia nos diz exatamente quando Jesus veio nas nuvens do céu:
“Ditas
estas palavras, foi Jesus elevado às alturas, à vista deles, e uma nuvem o
encobriu dos seus olhos”. (Atos 1.9 ARA).
“De
fato, o Senhor Jesus, depois de lhes ter falado, foi recebido no céu e
assentou-se à destra de Deus”. (Marcos 16.19 ARA).
Notamos no capítulo 8 que foi este
evento, a ascensão à destra de Deus, o que Daniel havia previsto:
Eu
estava olhando nas minhas visões da noite, e eis que vinha com as nuvens do céu
um como o Filho do Homem, e dirigiu-se ao Ancião de Dias, e o fizeram chegar
até ele. Foi-lhe dado domínio, e glória, e o reino, para que os povos, nações e
homens de todas as línguas o servissem; o seu domínio é domínio eterno, que não
passará, e o seu reino jamais será destruído.
(Daniel 7.13-14 ARA)
A destruição de Jerusalém era o
sinal de que o Filho do Homem, o segundo Adão, estava no céu, governando ao
mundo e dispondo-o para seus próprios fins. A sua ascensão, havia vindo nas
nuvens do céu para receber o reino da parte de seu Pai; a destruição de
Jerusalém era a revelação deste fato. Por conseguinte, em Mateus 24 Jesus não
estava profetizando que viria literalmente nas nuvens do ano 70 d.C. (ainda que
isto era certo figuradamente). Sua
“vinda sobra as nuvens” literal, em cumprimento a Daniel 7, havia ocorrido 40
anos antes. Mas, no ano 70 d.C., as tribos de Israel viram a destruição da
nação como resultado de haver Ele (Cristo) ter ascendido ao trono do céu para
receber seu reino.
Juntar os
escolhidos.
Finalmente, é resultado da
destruição de Jerusalém será que Cristo enviou seus “anjos” para juntar aos
escolhidos. Não é isto o arrebatamento? Não. A palavra anjos significa simplesmente
mensageiros[2]
(ver. Tiago 2.25), seja a sua origem celestial ou terrena; é o contexto que determina se fala-se de criaturas celestiais ou não.
Geralmente, a palavra significa pregadores
do evangelho (ver. Mateus 1.10; Lucas 7.24; 9.52; Apocalipse 1-3). No
contexto, há várias razões para supor que Jesus estava falando do evangelismo
mundial e a conversão das nações que seguirá a destruição de Israel.
O uso que Cristo faz da palavra juntar é significativo a este respeito.
Literalmente, a palavra é um verbo que significa reunir na sinagoga; o significado é que, com a destruição do templo
e o sistema do antigo pacto, o senhor envia seus mensageiros para que juntem
seu povo escolhido em uma nova sinagoga. Na realidade, Jesus está citando
Moisés, que havia prometido: “Ainda que os teus desterrados estejam para a
extremidade dos céus, desde aí te ajuntará o SENHOR, teu Deus, e te tomará de
lá.” (Deuteronômio 30.4 ARA). Nenhum dos dois textos tem nada a ver
com o arrebatamento; ambos tem a ver com a restauração e o estabelecimento da
casa de Deus, a congregação organizada de seu povo do pacto. Isto fica mais
pungente até mesmo quando nós nos lembrarmos do que Jesus havia dito justamente
antes deste discurso: “Jerusalém, Jerusalém, que matas os profetas e apedrejas
os que te foram enviados! Quantas vezes quis eu reunir os teus filhos, como a galinha ajunta os seus pintinhos
debaixo das asas, e vós não o quisestes! Eis que a vossa casa vos ficará
deserta” (Mateus 23.37-38 ARA).
Devido ao fato de que Jerusalém
apostatou e rejeito ser recolhida como em uma sinagoga sob Cristo, seu templo
seria destruído, e se formaria uma nova sinagoga e um novo templo: a igreja.
Claro que, o novo templo foi criado no dia de pentecostes, quando o Espírito
Santo veio morar na igreja. Porém, o fato da existência do novo templo só seria
óbvio quando o andaime do antigo templo e o sistema do antigo pacto fosse destruído.
As congregações cristãs começaram imediatamente a chamar-se a si mesmas de “sinagogas”
(que é a palavra usada em Tiago 2.2), enquanto que chamavam as reuniões
judaicas de “sinagogas de Satanás” (Apocalipse 2.9; 3.9). Porém, viviam
esperando o dia do juízo sobre Jerusalém e o antigo templo, quando a igreja seria
revelada como o templo verdadeiro e a sinagoga verdadeira de Deus. Devido ao
fato de que o sistema do antigo pacto havia “se tornado antiquado” estava
“próximo a desaparecer” (Hebreus 8.13), o escritor de Hebreus lhes instava a
ter esperança “não deixando de congregar-nos [como em um sinagoga], como é costume de alguns; antes, façamos admoestações e
tanto mais quanto vedes que o Dia se aproxima”. (Hebreus 10.25; veja 2ª
Tessalonicenses 2.1-2 ARA)
A promessa do Antigo Testamento de
que Deus “juntaria” [como em uma sinagoga] a seu povo sofre uma grande mudança
no Novo Testamento. Em vez da forma simples da palavra, o termo usado por Jesus
tem a preposição grega epi[3]
como prefixo. Esta é uma expressão favorita do novo pacto, que intensifica a palavra original. Por
conseguinte, o que Jesus está dizendo é que a destruição do templo no ano 70
d.C. o revelará vindo nas nuvens para receber seu reino; e exibirá a sua igreja
diante do mundo como a plena, verdadeira e super sinagoga.
[1]Nota do Tradutor: καὶ τότε φανήσεται τὸ σημεῖον τοῦ υἱοῦ τοῦ ἀνθρώπου
ἐν οὐρανῷ (kai tote fanesetai to semeion tou hyou to anthropou en ouranô)
[2] Nota do Tradutor: O texto Grego diz
[Tiago 2.25] - “ὁμοίως δὲ καὶ Ῥαὰβ ἡ πόρνη οὐκ ἐξ ἔργων ἐδικαιώθη ὑποδεξαμένη
τοὺς ἀγγέλους καὶ ἑτέρᾳ ὁδῷ ἐκβαλοῦσα;” – angelous
= mensageiros, emissários.
[3]
Nota do Tradutor: epi
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